Nem só de Canadá, Portugal e Estados Unidos vivem os sonhos de quem quer morar fora. Há países fáceis para imigrar em 2025 que muitos brasileiros ainda não consideram, mas oferecem caminhos menos burocráticos e mais acessíveis para residência no exterior.

Neste artigo, apresentamos 6 destinos alternativos onde o processo imigratório tende a ser simplificado e de baixo custo, explicando por que cada país é atrativo, os principais requisitos (como renda mínima, documentos, idioma), se é possível obter residência permanente e um panorama do estilo de vida local.

O objetivo é orientar, de forma direta e prática, brasileiros que buscam uma vida nova no exterior com menos obstáculos.

1. Paraguai

O Paraguai desponta como uma das opções mais facilitadas para brasileiros devido à combinação de acordos regionais e políticas migratórias simples. Por fazer fronteira com o Brasil e ser membro do Mercosul, o país permite que brasileiros solicitem residência com exigência documental mínima e praticamente sem comprovação financeira ou investimento obrigatório.

Além disso, o custo de vida paraguaio está entre os mais baixos do mundo, tornando a adaptação financeira bem mais fácil que em destinos tradicionais da Europa ou América do Norte. Cidades como Assunção e Ciudad del Este acolhem cada vez mais brasileiros atraídos pela facilidade burocrática e pela proximidade cultural.

Requisitos e burocracia

O processo é bastante simples. Brasileiros podem obter residência apresentando apenas certidão de nascimento e atestado de antecedentes criminais, sem necessidade de comprovar renda, emprego ou investimento prévio. Os documentos são aceitos em português mesmo, dispensando traduções juramentadas. Existe a opção de residência via investimento mínimo (depósito em banco paraguaio de cerca de US$ 5.000, que pode ser resgatado depois), mas não é obrigatória para cidadãos do Mercosul.

Tipo de residência

Inicialmente, é concedida uma residência temporária Mercosul válida por 2 anos, que depois pode ser convertida em permanente sem complicações. Na prática, muitos brasileiros acabam obtendo a residência permanente em poucos meses através dos trâmites locais. Um diferencial do Paraguai é que não é exigido residir continuamente no país para manter o status – basta uma visita a cada três anos para não perder a residência. Após 3 anos como residente permanente, já é possível solicitar a cidadania paraguaia (naturalização).

Estilo de vida e adaptação

O Paraguai oferece clima subtropical (calor no verão e inverno ameno), um ritmo de vida tranquilo e culturalmente muito próximo ao do Brasil, especialmente para quem vem do Sul e Centro-Oeste. Há hábitos comuns como o consumo de chimarrão/tereré e até carnaval em cidades como Encarnación. O idioma oficial é o espanhol (e o guarani), mas nas regiões de fronteira muita gente arranha um “portunhol”, facilitando a comunicação inicial. O custo de vida é um grande atrativo – moradia, alimentação e serviços são baratos comparados ao Brasil. Não à toa, mais de 260 mil brasileiros já se estabeleceram no Paraguai em busca dessas vantagens.

2. Uruguai

O Uruguai tem se destacado como destino atrativo e descomplicado para brasileiros que buscam qualidade de vida elevada sem esbarrar em processos complexos. Assim como o Paraguai, o Uruguai integra o Mercosul e oferece vias facilitadas de residência para cidadãos brasileiros. Nos últimos anos, o governo uruguaio implementou políticas de acolhimento a estrangeiros, reduzindo burocracias e até criando incentivos fiscais para novos residentes. Cidades como Montevidéu e Punta del Este atraem brasileiros pela segurança, estabilidade e cultura similar à do sul do Brasil.

Montevidéu, a capital uruguaia, oferece alto Índice de Desenvolvimento Humano e estilo de vida semelhante ao do sul do Brasil, com tradição do chimarrão, parrilladas (churrascos) e forte influência da cultura gaúcha.

Requisitos e documentação

O processo de residência para brasileiros é direto e um dos mais simples da região. Graças ao acordo Mercosul, o Uruguai não exige comprovação de renda, investimento ou oferta de emprego para conceder residência a brasileiros.

A documentação necessária resume-se à certidão de nascimento, antecedentes criminais e carteira de vacinação – e mesmo esses documentos são aceitos em português, dispensando traduções. Profissionais brasileiros também não enfrentam grandes barreiras para atuar, já que em diversas áreas (saúde, direito, engenharia) o Uruguai dispensa revalidação imediata de diplomas estrangeiros.

Residência e permanência

O Uruguai segue como uma das opções mais diretas e amigáveis para brasileiros que querem morar no exterior. Graças ao acordo do Mercosul, o processo de residência legal para cidadãos brasileiros é simplificado e desburocratizado.

Na prática, brasileiros podem solicitar residência legal no Uruguai logo ao chegar no país, sem necessidade de visto prévio. O trâmite é feito diretamente junto ao Departamento Nacional de Migração, que analisa o pedido com base no convênio regional.

Normalmente, o processo começa com a concessão de uma residência temporária, que é válida por até 2 anos. Esse é o padrão nos países do Mercosul e serve para formalizar a estadia, permitindo que você viva, trabalhe e tenha acesso aos serviços públicos uruguaios.

A boa notícia é que, diferentemente de outros países, o Uruguai facilita a evolução dessa residência para o status permanente sem grandes exigências extras — basta manter a documentação em dia, não ter pendências criminais e comprovar algum vínculo ou residência efetiva no país. Em alguns casos, dependendo do oficial de migração e dos documentos apresentados, a autorização já pode vir registrada como “residência legal definitiva” desde o início, mas o mais comum é que o status se consolide ao longo dos primeiros anos.

Ou seja, embora tecnicamente o processo não seja uma “residência permanente imediata”, o caminho até a permanência definitiva é muito rápido e acessível para brasileiros, sem necessidade de longos períodos em vistos temporários como acontece em outros destinos.

Além disso, depois de cumprir os prazos previstos (em geral 3 a 5 anos de residência contínua), já é possível solicitar a cidadania uruguaia, mantendo também a brasileira.

No dia a dia, o Uruguai oferece um estilo de vida tranquilo, com clima ameno, custo de vida comparável a grandes cidades brasileiras e forte afinidade cultural — não por acaso, atrai cada vez mais famílias do sul do Brasil.

Estilo de vida e cultura

O Uruguai ostenta alguns dos melhores indicadores de qualidade de vida da América Latina – baixo índice de violência, infraestrutura de saúde e educação comparáveis aos padrões europeus, e instituições democráticas sólidas.

O estilo de vida é relativamente pacato: Montevidéu tem ares de capital interiorana, com rambla (orla) organizada, trânsito tranquilo e forte senso comunitário. A adaptação cultural é facilitada pelas semelhanças regionais: o chimarrão (mate) faz parte do dia a dia tanto quanto no Rio Grande do Sul, o churrasco (asado) é tradição nacional e festas campeiras lembram muito as brasileiras.

Até o idioma espanhol do Uruguai incorpora um “portunhol” nas áreas turísticas, pois os uruguaios estão acostumados aos vizinhos brasileiros. Hoje, estima-se que mais de 30 mil brasileiros residam no país, aproveitando o clima ameno, o familiar fuso horário (igual ao de Brasília) e a proximidade geográfica – são apenas ~2h45 de voo direto de São Paulo a Montevidéu.

3. Geórgia

Geórgia, a pequena nação do Cáucaso entre a Europa e a Ásia, tornou-se nos últimos anos um queridinho dos nômades digitais – e por tabela, uma opção interessantíssima para brasileiros que buscam facilidade migratória fora do circuito comum.

O país é conhecido por sua política de fronteiras ultraaberta: cidadãos de dezenas de países (incluindo o Brasil) podem entrar sem visto e permanecer por até 1 ano inteiro legalmente. Essa hospitalidade, aliada ao baixo custo de vida e aos incentivos fiscais para estrangeiros, faz da Geórgia uma porta de entrada simples para quem quer morar fora com burocracia quase zero.

Vista de Tbilisi, capital da Geórgia, que combina arquitetura histórica e moderna. A Geórgia se destaca por permitir a entrada de brasileiros sem visto por até 360 dias, algo único entre os destinos de nômades digitais.

Facilidade de entrada e visto:

Brasileiros não precisam de visto para entrar na Geórgia e podem ficar 360 dias como visitantes – na prática, um ano inteiro legalmente no país, algo que nenhum outro destino oferece tão generosamente. Se após esse período quiser continuar, muitos simplesmente fazem um “bate-volta” em algum país vizinho e retornam para ganhar novo período.

Além disso, em 2020 o governo lançou o programa Remotely from Georgia, uma espécie de visto de nômade digital (via online) que formaliza a estadia de trabalhadores remotos por 6 a 12 meses. Os requisitos desse programa incluem comprovar renda mensal de US$ 2.000 (ou US$ 24.000 em poupança), um patamar relativamente baixo comparado a vistos similares em outros países. O processo é gratuito e totalmente online, com aprovação em cerca de 10 dias úteis. Ou seja, para quem trabalha remotamente, a Geórgia praticamente diz “venha!” sem maiores barreiras.

Residência e permanência

Mesmo após um ano, se a pessoa quiser realmente imigrar de vez, a Geórgia tem caminhos diretos para residência temporária – por exemplo, se conseguir um emprego local, abrir um negócio ou investir em imóvel (a partir de ~US$ 100 mil, garante residência para toda a família). O tempo de processamento desses pedidos costuma ser rápido (às vezes dentro de um mês).

Após 5 anos como residente temporário, pode-se solicitar a residência permanente; e com 10 anos de residência legal, já há elegibilidade para a cidadania georgiana. Vale mencionar que, para quem empreende, a Geórgia possui um regime fiscal ultra simplificado: muitos estrangeiros registram-se como Empreendedor Individual no país para aproveitar imposto de apenas 1% sobre os primeiros US$ 155.000 de renda.

E se a pessoa não ficar mais de 183 dias no ano, sequer é considerada residente fiscal (ou seja, paga 0% de imposto local). Essa combinação de imposto baixo + facilidade de registrar empresa atrai tanto nômades digitais quanto investidores em busca de um segundo domicílio fiscal.

Estilo de vida e idioma

Morar na Geórgia é mergulhar numa cultura singular, que mistura influências europeias, soviéticas e do Oriente Médio. Tbilisi, a capital, é uma cidade segura e em franco desenvolvimento, com cafés, bares e espaços de coworking cheios de estrangeiros. O custo de vida é um dos mais baixos do mundo: estima-se que uma pessoa gaste em torno de US$ 700 por mês para se manter confortavelmente – aluguel, comida e transporte são muito baratos.

O idioma oficial, georgiano, é bem diferente (tem até alfabeto próprio), mas não chega a ser uma barreira intransponível: nas áreas urbanas muitos jovens falam inglês, e há também bastante conteúdo em russo. Brasileiros podem estranhar um pouco no início, mas a hospitalidade georgiana é famosa – o povo é receptivo, adora estrangeiros (são curiosos com brasileiros, pois não são muitos por lá) e a culinária local é deliciosa.

O clima tem as quatro estações bem definidas, com verões quentes e invernos frios (com neve nas montanhas). Em resumo, a Geórgia proporciona uma experiência enriquecedora, exótica porém acolhedora, e com a tranquilidade de ter pouquíssima burocracia no caminho para quem decide ficar.

4. Espanha

Entre os destinos europeus, a Espanha se destaca como um dos mais amigáveis para brasileiros – tanto pela afinidade linguística-cultural quanto por vias legais relativamente acessíveis. Embora faça parte do cobiçado primeiro mundo europeu, a Espanha tem políticas de imigração menos rígidas que países como Alemanha ou Reino Unido, e beneficia cidadãos de nações ibero-americanas com algumas facilidades especiais.

Em 2023, a Espanha lançou inclusive um visto de nômade digital, seguindo tendência global, e já era conhecida por vistos de residência não lucrativa e acordo de nacionalidade facilitada para brasileiros (que podem obter cidadania espanhola em apenas 2 anos de residência legal). Tudo isso coloca a Espanha no radar de quem busca a Europa sem enfrentar tantas barreiras.

Facilidades para brasileiros

Brasileiros possuem algumas vantagens na Espanha. Primeiramente, há a questão da língua: o espanhol é relativamente fácil de aprender para quem fala português, o que acelera integração e empregabilidade. Além disso, por acordos históricos, brasileiros (e outros cidadãos de países hispano/luso-americanos) podem solicitar nacionalidade espanhola após 2 anos de residência contínua – um tempo muito inferior aos 10 anos exigidos de outras nacionalidades.

Em termos de vistos, a Espanha criou o Visto de Residência para Teletrabalhadores Internacionais (vulgo visto de nômade digital), que permite morar legalmente trabalhando remotamente para empregadores estrangeiros. Para obtê-lo, é necessário comprovar renda mínima anual de € 33.152 (aprox. € 2.763 por mês) em 2025, além de atender a alguns critérios profissionais.

Esse patamar – cerca de R$ 15 mil mensais – é atingível para profissionais de TI, marketing, etc., tornando-se uma opção real para muitos brasileiros qualificados. Há também o Visto Não Lucrativo, voltado a aposentados ou pessoas com renda passiva, que exige comprovação de renda em torno de 400% do IPREM (índice espanhol), o que equivale a aproximadamente € 2.400 por mês para o solicitante principal (em linha com o do nômade digital). Ou seja, financeiramente, os requisitos da Espanha são mais baixos que de países como Canadá ou Austrália, por exemplo.

Processo e tipos de residência

Os brasileiros podem solicitar esses vistos diretamente nos consulados da Espanha no Brasil. O processo dura em média 1 a 3 meses até a aprovação. Uma vez com o visto, chegando à Espanha obtém-se a tarjeta de identidad de extranjero (TIE), que formaliza a residência. O visto de nômade digital é inicialmente de 1 ano, renovável por mais 2 anos e depois mais 2 (até completar 5 anos, quando se pode pedir residência de longa duração na UE).

O visto não lucrativo segue esquema parecido (1 ano + renovações de 2 em 2 anos). Importante frisar que a Espanha, por ser da União Europeia, não concede “permanente” imediata, mas após 5 anos qualquer residente legal obtém o direito de residência permanente na UE. No entanto, como mencionado, brasileiros muitas vezes nem precisam esperar tudo isso para garantir sua permanência: cumpridos 2 anos, podem optar por naturalizar-se cidadãos espanhóis (e o Brasil permite dupla cidadania, assim como a Espanha tem acordos para não exigir renúncia efetiva da nacionalidade brasileira).

Durante o período de residência temporária, é necessário manter os critérios do visto (ex.: continuar com renda estável, seguro de saúde privado, etc.), mas não há obrigatoriedade de investir, empregar pessoas ou coisas complexas – a ideia é que qualquer brasileiro com recursos próprios razoáveis consiga morar na Espanha legalmente sem grandes entraves.

Estilo de vida e integração

A qualidade de vida na Espanha é um grande atrativo: clima mediterrâneo agradável (muitas horas de sol por ano, invernos amenos fora das regiões montanhosas), excelente gastronomia, segurança pública relativamente alta e forte senso comunitário. Para brasileiros, a adaptação costuma ser praticamente automática – o idioma se aprende rápido no convívio diário, e há muitos imigrantes latinos no país, inclusive uma grande comunidade brasileira estimada em mais de 100 mil pessoas espalhadas por Madri, Barcelona, Valência, etc.

Isso significa que é comum encontrar produtos brasileiros em mercados, rodas de samba, igrejas evangélicas brasileiras, academias de capoeira e outros elementos familiares, o que suaviza o choque cultural. A cultura espanhola em si também tem familiaridades: paixão por futebol, estilo de interação extrovertido, e como país majoritariamente católico, várias tradições lembram as do Brasil. No dia a dia, o custo de vida na Espanha é um dos mais baixos da Europa Ocidental – itens como aluguel, transporte e alimentação custam menos do que em França, Reino Unido ou Alemanha.

Em cidades médias, uma família consegue viver confortavelmente gastando menos que em São Paulo, por exemplo. Claro, tudo depende da região (Barcelona e Madri são mais caras), mas ainda assim comparativamente a outros destinos europeus a Espanha pesa menos no bolso. Em suma, a Espanha alia o melhor dos dois mundos: facilidade burocrática e boa acolhida ao imigrante brasileiro, com a infraestrutura e as oportunidades de um país europeu desenvolvido.

5. Costa Rica

Conhecida pelo slogan “Pura Vida” e suas políticas pacifistas, a Costa Rica é um refúgio na América Central que vem ganhando popularidade entre expatriados – inclusive brasileiros – por oferecer residência relativamente fácil, ambiente seguro e natureza exuberante.

O país se destaca por permitir que estrangeiros iniciem o processo de residência já dentro do território (ou seja, entrar como turista e depois ajustar status), ao contrário de muitos lugares onde tudo deve ser feito antes via consulado.

Além disso, a Costa Rica tem categorias de visto pensadas para aposentados, investidores e recentemente para nômades digitais, com exigências financeiras moderadas. Tudo isso faz dela uma excelente opção para quem busca tranquilidade e menos burocracia sob o sol tropical.

Processo simplificado

Brasileiros podem entrar na Costa Rica sem visto para turismo e permanecer até 90 dias (em alguns casos até 180 dias) legalmente. Durante esse período, é plenamente possível dar entrada nos pedidos de residência diretamente na Costa Rica – uma flexibilidade grande, pois dispensa entrevistas e tramitação via embaixada antes de viajar. As principais modalidades de residência temporária disponíveis são:

  • Pensionado: para aposentados com pensão vitalícia de pelo menos US$ 1.000 mensais (valor bem acessível, cerca de R$ 5 mil).Rentista: para pessoas com renda passiva do exterior de no mínimo US$ 2.500 por mês (por pelo menos 2 anos). Pode ser comprovado via investimentos, alugueis ou até depósito antecipado de US$ 60.000 em banco costa-riquenho, que o governo considera equivalente a US$ 2.500/mês por 24 meses.

  • Investidor: exige investimento de pelo menos US$ 150.000 no país (em imóvel, negócio ou projeto governamental).

  • Nômade Digital: visto criado em 2022 para trabalhadores remotos, com renda mínima de US$ 3.000 mensais (ou US$ 4.000 se com família) comprovada. Esse visto permite até 1 ano de estadia, renovável por mais 1 ano, isentando o portador de pagar imposto local sobre renda externa.

Como se nota, os requisitos financeiros são razoáveis – comparativamente, um aposentado precisaria comprovar bem mais renda para residir na Europa, por exemplo. A documentação exigida inclui antecedentes criminais, comprovação da renda/pensão, certidões e seguro saúde, mas nada muito fora do comum.

Outra vantagem: o trâmite, uma vez protocolado no departamento de migração em San José, permite que você fique no país aguardando a aprovação sem problemas, mesmo que vença seu prazo de turista.

Ou seja, não é necessário sair e reentrar (fazer visa run) enquanto o pedido estiver em análise – prática que, inclusive, as autoridades desencorajam. O tempo médio de aprovação varia de 6 a 12 meses, dependendo da categoria, e ao ser aprovado você recebe um cartão de residência (DIMEX).

Residência permanente e cidadania

Após obter a residência temporária (válida geralmente por 2 anos, renovável), basta completar 3 anos consecutivos como temporário para ter direito à residência permanente. Residentes permanentes podem trabalhar em qualquer área e têm menos obrigações de comprovar renda local.

Além disso, estrangeiros podem se naturalizar costarriquenhos após 7 anos de residência legal (ou 5 anos se for de outra nação centro-americana, mas para brasileiros vale 7 anos). A naturalização exige um exame de idioma e conhecimentos cívicos, mas a dupla cidadania é permitida tanto pela Costa Rica quanto pelo Brasil, então é uma meta viável para quem queira se estabelecer de vez.

Estilo de vida e custo

A Costa Rica é frequentemente chamada de “Suíça da América Central” por sua estabilidade política e índices sociais. Não tem forças armadas desde 1948 (priorizou investimento em educação e saúde), o que reflete no ambiente pacífico e seguro – é um dos países mais seguros da América Latina.

O clima é tropical, com calor o ano inteiro nas planícies e praias, e clima mais ameno nas áreas montanhosas do Vale Central (onde fica a capital San José). Para quem gosta de natureza, é um prato cheio: mais de 25% do território é formado por parques nacionais e reservas, com florestas, vulcões, cachoeiras e praias paradisíacas.

O custo de vida na Costa Rica é moderado – não é tão barato quanto outros países vizinhos (Panamá, Colômbia), mas bem mais baixo que nos EUA ou Europa. Em média, gasta-se menos para morar ali do que em uma capital como Rio ou São Paulo, especialmente fora das zonas turísticas. A infraestrutura é boa (considerando a região), com saneamento e eletricidade cobrindo grande parte do país, e um sistema público de saúde de qualidade (disponível para residentes, via contribuição à segurança social chamada Caja).

O povo costarriquenho, os “ticos”, são acolhedores e orgulhosos de sua democracia e do ritmo Pura Vida de viver – valorizam a qualidade de vida, o contato com a natureza e a cordialidade. Muitos falam inglês nas áreas ligadas ao turismo, e o espanhol de lá é claro e relativamente fácil de entender. Para brasileiros em busca de um lugar tranquilo, com belezas naturais deslumbrantes e uma política migratória amigável, a Costa Rica certamente merece estar na lista.

6. Emirados Árabes Unidos (Dubai)

Os Emirados Árabes Unidos – em especial o emirado de Dubai – surgem como uma alternativa não convencional, porém cada vez mais acessível, para quem busca morar fora. Tradicionalmente, obter visto de residente no Golfo dependia de ter um emprego local patrocinador. Contudo, nos últimos anos os EAU implementaram novos tipos de visto que facilitam a vida de profissionais autônomos, empreendedores e investidores estrangeiros.

Dubai, conhecida por seus arranha-céus futurísticos e ambiente ultra cosmopolita, agora oferece desde visto de trabalho remoto (nômade digital) até vistos de longo prazo (Golden Visa) para determinadas categorias, sem que o brasileiro precise de ascendência local ou oferta de trabalho tradicional. Soma-se a isso o fato de brasileiros não precisarem de visto para entradas de curta duração – desde 2018 há isenção recíproca que permite até 90 dias de estadia como turista ou negócios sem burocracia.

Em resumo, Dubai se abre como uma porta de entrada ao Oriente Médio com processos migratórios surpreendentemente diretos para quem tem o perfil certo.

Dubai oferece infraestrutura de nível mundial e zero imposto de renda pessoal, tornando-se atraente para empreendedores e profissionais qualificados. Nos últimos anos, o emirado criou programas de visto que permitem morar legalmente lá mesmo trabalhando para empresas de fora, contanto que se comprove uma renda estável (em torno de US$ 5.000 mensais no caso do visto remoto).

Novos vistos e requisitos

A grande novidade é o Virtual Working Programme de Dubai, que equivale a um visto de trabalho remoto de 1 ano. Para se qualificar, é preciso ter um contrato de trabalho remoto válido e comprovar renda mensal de pelo menos US$ 5.000 (aproximadamente R$ 25 mil). Profissionais autônomos donos de empresa própria também podem aplicar, desde que mostrem faturamento equivalente.

Com esse visto, você vive em Dubai legalmente, podendo trazer a família, e ainda usufrui de serviços locais (como abrir conta bancária, alugar imóvel) e não paga imposto de renda nos EAU. Além do visto remoto, há o visto de investidor/imobiliário, obtido por quem compra imóveis acima de certo valor (por exemplo, cerca de AED 1 milhão – ~R$ 1,4 milhão – em Dubai garante um visto de 2 a 3 anos renovável).

Outro caminho popular é o visto de freelancer: Dubai e outros emirados oferecem licenças de freelance em áreas como mídia, tecnologia e educação, onde o profissional paga uma taxa anual (em torno de US$ 4.000) e obtém residência de até 3 anos.

E para quem tem alto patrimônio ou qualificações excepcionais, existem os Golden Visas de 5 a 10 anos (por investimento a partir de AED 2 milhões, cerca de US$ 550 mil, ou para profissionais de destaque científico, estudantes excelentes, etc.). Em todos esses casos, não é necessário ter um patrocinador local – algo revolucionário na região – e o processo tende a ser rápido e todo digital (vários vistos podem ser solicitados online pelo portal do governo).

Concessão e permanência

Os vistos de residência nos Emirados costumam ser aprovados em poucas semanas, desde que a documentação esteja em ordem. Por exemplo, para o visto remoto de Dubai, após enviar os comprovantes de emprego/renda e pagar a taxa (~US$ 287), em cerca de 15 a 30 dias sai a resposta.

Com o visto em mãos, ao chegar você tira um ID dos Emirados e passa a ter residência legal por 1 ano, renovável anualmente se mantiver os requisitos. Vale lembrar que os Emirados não oferecem “residência permanente” vitalícia como alguns países – os vistos têm validade definida (1, 2, 3, 5, 10 anos) e precisam ser renovados.

Também não existe um caminho direto para cidadania (é extremamente rara e apenas por mérito excepcional concedida pela família real). Portanto, encarar Dubai é como ter um visto de longa duração renovável, mas sem expectativa de passaporte emiradense no futuro.

Ainda assim, muitos expatriados vivem décadas no país trocando de visto conforme suas situações (por exemplo, começam com visto de trabalho remoto, depois abrem empresa e pegam visto de investidor, etc.). Importante: se o visto expirar e não for renovado, a pessoa deve sair do país – por isso, é preciso manter sempre alguma base (emprego, negócio ou renovação do programa) para continuar legalmente.

Vida em Dubai e cultura local

Dubai oferece um estilo de vida singular: é uma metrópole global ultramoderna encravada no deserto, onde mais de 85% da população é estrangeira. Isso significa que convivem ali dezenas de culturas – ocidentais, asiáticas, árabes – num ambiente muito tolerante e diverso.

O inglês é a língua franca do dia a dia, então brasileiros conseguem se virar bem (há inclusive uma comunidade brasileira significativa, empregada em aviação, hotelaria e negócios). A cidade tem atraído profissionais qualificados do mundo todo com a promessa de zero imposto de renda, alta segurança (índices de criminalidade baixíssimos), infraestrutura futurista e luxo acessível.

É importante notar que o custo de vida em Dubai é elevado: aluguéis de apartamentos, escolas e até itens do supermercado podem custar tanto quanto em grandes cidades europeias. Entretanto, os salários locais costumam compensar, e quem ganha em dólar/euro (no caso dos nômades digitais) pode achar alguns serviços até baratos (gasolina e carros, por exemplo, são mais baratos que no Brasil).

A adaptação cultural para brasileiros tende a ser tranquila em muitos aspectos – há praias, shopping centers gigantes, vida noturna vibrante – mas requer entender as diferenças: Dubai é um emirado muçulmano com regras de conduta (por exemplo, demonstrações públicas exageradas de afeto não são bem vistas, e durante o Ramadã deve-se evitar comer em público durante o dia).

Ainda assim, por ser muito turística e internacional, a cidade é bem liberal comparada a outros países árabes: já permite bebidas alcoólicas em locais licenciados, há festas, bares, e veste-se de forma ocidental sem problemas na maior parte do tempo, sempre com respeito aos locais. O clima, por fim, é desértico – extremamente quente no verão (chega a 45°C), mas agradável no resto do ano.

Ar-condicionado existe em todos os lugares, então dá para sobreviver ao calor. Em síntese, Dubai representa hoje uma das vias mais viáveis de migração fora do Ocidente: se você possui a renda ou investimento necessário, o país abre as portas para que desfrute de um ambiente de primeiro mundo, com pouca burocracia governamental e muita conexão global.

Quadro comparativo final

Para facilitar a avaliação, segue um comparativo dos 6 países, resumindo os principais critérios de facilidade migratória:

PaísExigência de renda *Tempo médio para residênciaTipo de visto/residência mais comum
ParaguaiNenhuma renda mínima (Mercosul); Opção: depósito ~US$ 5.000 (resgatável)~2–3 meses para resid. temporária MercosulResidência Temporária Mercosul (2 anos) ⇒ Permanente após 2 anos
UruguaiNenhuma renda; sem investimento~1–2 meses (pedido no próprio Uruguai)Residência permanente direta (via acordo Mercosul)
GeórgiaNenhuma (até 360 dias turismo); Programa nômade: US$ 2.000/mêsImediato (entrada isenta visto por 1 ano)Isenção de visto (turista) até 1 ano; Residência temporária via emprego/investimento
Espanha€ 2.400–2.700/mês (visto DNV ou não-lucr.)~2–3 meses (visto aprovado no Brasil)Visto Nômade Digital (1 ano) ou Não Lucrativo (1 ano) ⇒ Renovável até 5 anos
Costa RicaUS$ 2.500/mês (rentista) ou US$ 3.000/mês (nômade digital)~6–12 meses (processo de residência)Residência Temporária (Rentista, Pensionado ou Nômade) – 2 anos, renovável
EAU (Dubai)US$ 5.000/mês (visto remoto) ou Investimento US$ 272 mil (imóvel)~1 mês (visto remoto); imediata p/ investidorVisto de Trabalho Remoto (1 ano) ou Visto Investidor (2–3 anos) – renováveis

Conclusão e dicas finais

Cada um desses países oferece caminhos menos tradicionais e mais simplificados para o brasileiro realizar o sonho de morar no exterior. Seja aproveitando acordos regionais como no Paraguai e Uruguai, novas modalidades de visto como na Espanha e em Dubai, ou a mera ausência de barreiras de entrada como na Geórgia, o fato é que há muita vida (e oportunidades) além dos destinos de imigração convencionais.

É fundamental, claro, planejar-se bem e estudar em detalhes as exigências de cada opção. Documentos como antecedentes criminais e certidões devem estar em dia, e é recomendável ter ao menos um inglês básico para destinos onde nem português nem espanhol ajudam (caso de Geórgia e Dubai).

Além disso, prepare as finanças: mesmo nos países mais baratos, haverá custos iniciais de instalação, taxas governamentais de visto e eventuais comprovações de renda que exigem fôlego financeiro.

Por fim, lembre-se: imigração envolve mais do que papelada – é também sobre adaptar-se a um novo estilo de vida. Pesquise sobre o cotidiano, clima e cultura do destino escolhido. Se possível, faça uma viagem exploratória antes de se mudar de vez, para sentir na pele o ambiente.

E evite os erros comuns de muitos brasileiros, como não validar um diploma quando necessário ou viajar sem conhecer as leis locais – planeje-se com antecedência e informe-se em fontes confiáveis. Para aprofundar seu conhecimento, vale conferir conteúdos complementares aqui do Radar, como os principais erros que brasileiros cometem ao tentar imigrar (para saber o que não fazer) e um comparativo de custo de vida em 5 destinos populares, que ajuda a dimensionar financeiramente a mudança.

Com informação e preparação, o processo fica bem mais tranquilo – e logo você poderá aproveitar tudo o que esses 6 países fáceis de imigrar têm a oferecer em 2025 e além.

Fontes: Portais governamentais de imigração (Mercosul, MRE), notícias atualizadas (ex.: Terra), além de artigos especializados como Settee e Wise, entre outros, foram consultados para garantir dados atualizados sobre regras de visto e requisitos. Em todos os casos, recomenda-se verificar as informações diretamente nas fontes oficiais antes de iniciar um processo migratório, pois leis e regulamentações podem mudar.